segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

EU


Tomada de mim mesma
Escuto minha voz
Desespero profundo
Descubro o mundo

Sem saídas
Adormeço
Sem endereço
A qualquer preço
Esqueço
E busco o recomeço
Pesquiso o íntimo
O avesso
Não me conheço

Congelo meu cérebro
Derreto meu coração
Meu corpo acordado
Derrama feito
Larvas de vulcão

Respiro fundo
Pergunto
Quem sou eu?
Alguém?
Ninguém?
Tudo bem
Eu quem?

Vem Liberdade

De braços abertos
Te recebo companheira
Na horizontal
Na vertical
Numa flauta transversal
Na criação social
Elaboração individual
No direito de crer
Em um novo
E amável ser
Disponível
Á conviver
Duplicar
Conquistar
Renascer
Com o antídoto da lógica
Certeza do imprevisível
Firmeza na flexibilidade
Sabedoria e generosidade
De muita vida
Ter para viver
Vem liberdade, vem
Seja presente
Pontual
Conto com você
Apressa-te, pois,
Te aguardo
Fazendo piruetas
Contos
E poesias
Tocando meu violão
Cantando noite e dia
Quero correr todos os riscos
De estar comigo
Numa parceria
Vem liberdade, vem
Protege minh’alma
Da mentira
Da ilusão
Do disfarce
Da contramão
Da agonia
Da extrema euforia
Vem, sinto tua presença
Entra sem pedir licença
Que em teus braços quero estar
Em tuas asas pousar
Em plenitude viver
E antes de morrer
Ter o prazer de te conhecer.
Marcia Carvalho Fenix
Publicado no Recanto das Letras em 04/09/2009
Código do texto: T1792968